quarta-feira, 29 de junho de 2011

Documentário sobre o Ruanda

Olá Daniela, Inês, Jacinta e Margarida,

Esperamos que estejam todas bem e que o período de exames e avaliações esteja a correr da melhor forma.

Sabemos que nesta fase as vossas energias têm estado sobretudo concentradas nas provas que marcam esta etapa tão importante, no final de um ciclo na escola secundária, mas não queríamos deixar de partilhar aqui a notícia de uma iniciativa que toca de perto algumas questões que tivemos a oportunidade de debater a partir do filme Hotel Ruanda que apresentaram no dia 27 de Maio: a questão da etnicidade, os conflitos inter-étnicos, as dinâmicas coloniais e pós-coloniais no Ruanda, o genocídio, o lugar da memória. Talvez tenham interesse em conhecer, por isso aqui fica partilhada. 

No próximo sábado à tarde (2 de Julho, 16h30) realiza-se em Lisboa uma sessão de visualização do filme Ruanda: através de nós, a humanidade, de Marie-France Collard, seguida de um debate com a presença da realizadora e de Jacques Delcuvellerie (encenador e director da companhia de teatro belga Groupov). A sessão realiza-se no Pequeno Auditório da Culturgest, o documentário será legendado em Inglês e a entrada é gratuita. Esta é uma iniciativa organizada pelo Centro de Estudos de Teatro da Universidade de Lisboa.

No texto de apresentação deste documentário podemos ler:

«Celebrado pela crítica e pelo público, este é um notável documentário (de 1h45 minutos) sobre o espectáculo, da companhia belga GROUPOV, Rwanda 94, encenado por Jacques Delcuvellerie e apresentado no Ruanda 10 anos após o genocídio. Recolhendo cenas do espectáculo e testemunhos de ruandenses – que assistiram nessa altura ao espectáculo –, vemos confundirem-se nos seus depoimentos lembranças dolorosas e o ressentimento face ao silêncio cúmplice com que a comunidade internacional encarou o genocídio. Subintitulado “A propósito de uma tentativa de reparação simbólica para com os mortos para uso dos vivos”, o filme integra partes do espectáculo – que em 1999 se apresentara em antestreia no Festival de Avignon –, e que conjugava de modo fulgurante o teatro de interrogação e denúncia política com a mais veemente e magoada forma da tragédia coral grega. Precedido de uma investigação que durara cinco anos e mobilizara historiadores, artistas, compositores e jornalistas, o espectáculo, de seis horas e meia, era um documento artístico perturbador e fascinante em que a palavra dita e a música (em que sobressaía a belíssima e pungente cantata de Bisesero) se aliavam para criar em cena uma invulgar anatomia de um crime.

A projecção do filme e o debate são a introdução a um colóquio que se realizará na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, no dia 4 de Julho, a partir das 9h00, integrado no curso “Ciências das artes performativas: Interpelações ao séc. XXI”. Aberto à participação dos interessados, o colóquio tem por tema “Repensar o teatro | Dar testemunho da História | Convocar os mortos”


Mais informação disponível no sítio da Culturgest e no sítio do Centro de Estudos de Teatro.

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